domingo, 22 de setembro de 2013

As filhas de Iansã

Nosso único colaborador do sexo masculino neste blog sempre que posta algo aqui marca com "mulheres que dirigem". Inspirada por este seu marcador e com o único intuito de falar sobre nós, mulheres, venho aqui, por meio da Orixá guerreira, prestar uma homenagem às guerreiras que todas possuímos.
Segundo o que aprendi, todo Orixá é uma força da Natureza, que nos auxiliam e nos guiam. Cada Orixá rege um tipo de força da natureza e Iansã é a Deusa do Rio Niger, na Africa, e a tempestade é seu poder manifesto. É a Orixá dos ventos, dos trovões e das tempestades. É uma guerreira que prefere lutar só. Tem como responsabilidade levar os espiritos perdidos (eguns) para seu devido lugar, pois se ficarem entre nós acabam, no mínimo, por roubar nossas energias. Iansã é moviento, é a força dos ventos que levam embora tudo o que é de ruim. 
Dizem que sua espada foi presente de Ogum (um Orixá guerreiro, rei e apaixonado por Iansã) mas eu acho que ela deve ter forjado sua própria espada porque mulher guerreira é assim, vai lá e faz, não espera ninguém se habilitar não!
Decididas e longe da submissão de tempos antigos, as mulheres de hoje dizem o que pensam, lutam por sua independência financeira, por direitos iguais.
Mas de tanta luta, se perderam. Quando brigar e quando baixar a guarda? Quando dominar e quando se deixar ser dominada? 
Lutamos tanto e agora precisamos colher os louros das batalhas, de alguém. Não de alguém para nos guiar, conhecemos o caminho e sabemos para onde queremos ir. Não precisamos de alguém a nossa frente pois não precisamos e nem quereremos seguir alguém. Muito menos precisamos ou queremos alguém que nos sigam!
Precisamos de alguém que nos dê a mão, que siga ao nosso lado, nos apoiando e sendo apoiado, nos amando e sendo amado. Precisamos de alguém que admiremos e que nos admirem!
Por isso caros leitores do sexo masculino, deixo aqui uma importante dica na arte da conquista: respeitem a guerreira que há em cada uma de nós, não nos temam, apenas respeitem. Se a conta do jantar fica por conta de vocês, por nossa conta ou se vai ser dividida não importa! Abram portas, puxem cadeiras. Nos tratem como rainhas porque, de alguma forma, somos todas um pouco filhas de Iansã. Algumas lutam por seu amor, por um lugar de destaque, por reconhecimento, outras por seus filhos, por sua família, por seu lar. Lutamos sozinhas nossas próprias lutas diárias desde que o mundo é mundo, desde quando defendíamos nossas aldeias quando os homens saíam para caçar.
E nós, as mulheres da atualiadade, saimos de casa todos os dias, beijamos nossos filhos e vamos para o mundo em busca de reconhecimento. Lutamos por um mundo melhor para todos.
Então minhas caras leitoras, toda vez que o vento soprar em seu rosto, olhe para o céu e saúde a guerreira que te auxilia. Saúde a força que há em toda mulher: 
Eparrei Iansã!


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Careta, canalha; outros gêneros limitados.


Homem é como um negócio, business. Lidar com homem é preciso profissionalismo, conhecimento; dedicação. Não posso passar mais do que meia dúzia de informações, pois seria uma traição a nossa categoria. Há segredos sobre conquistas que só são passados adiante em mesa de bar, regado ao mais puro e destilado (ou não) sabor etílico. Algumas coisas que os homens pensam sobre as mulheres que nunca serão reveladas, acreditem. Uma verdade aqui, outra acolá; o certo é que nós, na maioria das vezes no papel de “conquistante”; preferimos não abrir a retaguarda diante da “conquistada”.

Não gosto da palavra conquistador, é pejorativo. É quase machismo puro. Conquistante dá um papel ativo na conquista, mas não repressor. Pois bem, o conquistante mudou o rumo, a forma. O meio da conquista sofreu  uma mutação diante da mudança da conquistada. As mulheres são diferentes, elas dirigem. Elas decidem. Elas mandam. Homem não pode ser apenas conquistador, como lado terrível e dominante do objeto; mas deve ser também parceiro. Deve ser conquistante em sua nova ação, mas não pode ser como era antes; quem mandava. Substantivo existente ou não, será assim por diante: conquistante. Mulheres; pensem bem: nós, homens, estamos numa crise enorme. Precisamos de ajuda. Por isso temos que guardar alguns segredos. Sete chaves. Alguma coisa dita na mesa dos bares, mas sem a presença feminina.

Não adianta perguntar mais nada sobre isso: já disse muito até agora.

Ajuda? Sim. Posso dizer algumas coisas sobre o quê nos queremos, ou pelo menos alguns homens querem. Não posso generalizar, pois além de ser incoerente com a realidade, seria imprudente. Já não sabemos mais como e onde conquistar uma mulher, isso parece ser uma máxima aceitável.  Perdemos o conhecimento da arte conquistante. Até nos esforçamos, outros até conseguem certo sucesso; mas na maioria das vezes a mulher aceita conversar, ficar; namorar ou qualquer coisa com um homem apenas por piedade. Parece ser uma coisa forte a necessidade da piedade no relacionamento, mas a realidade é assim mesmo, muito cruel.

A mulher, maioria; decide tudo: Admite o papo sobre o vídeo game, sobre o esporte preferido do homem; sobre o carro do ano e sobre qualquer bobagem que costumamos repetir sem qualquer conhecimento. Sim, a mulher, por piedade, até admite que o homem esteja certo, mesmo quando ele está errado. Não pensem que estou dizendo isso por estar num ambiente apropriado para isso, onde falar bem de uma mulher é fácil, aceitável e de concordância da maioria. Estou fazendo isso não por média, mas por revelar a mea culpa: o homem precisa ser mais homem, oras.

Homem no sentido mais amplo, mais atual; ainda assim conservador. Não é a questão de hombridade caracterizando machismo ou outro eufemismo para falar sobre sua brutalidade. Mas ser homem com o famoso “H” maiúsculo, de corajoso e coerente; companheiro. Esse “H” que carrega muitas qualidades, outros tantos defeitos; mas que dá a correta definição do que é ser verdadeiro, fazer companhia; ser o braço esquerdo da mulher. Homem com tais qualidades são a raridade num mundo onde a sensibilidade é confundida, onde a paixão é mal vista; onde o romantismo é tão demodè. “É encostar em seu peito, e se isso for algum defeito, por mim tudo bem.” O homem precisa saber que precisa ser muito homem para ser aquilo que as mulheres precisam e querem.

Mas ai tudo acabaria sem graça. O homem que é exatamente como a mulher quer ficará com cara de cachorrinho passeando no parque. O homem precisa bater o pé, ser intransigente para alguns caprichos femininos. O homem não nasceu para shopping, não duvidem. Admite a área de refeição, algumas vezes o cinema; de resto não sobra nada para o homem. Tampa da privada? Qual o problema em deixá-la levantada? É dos nossos ancestrais esse negócio de marcar o território! Não liguem; mulheres, para a inutilidade da tampa da privada para os homens! Futebol com cerveja não é ambiente para esposas, acreditem! Cueca, meias e sapatos usados são desprezíveis, por isso adoramos deixa-los em qualquer canto.


A arte da conquista passa a de múltiplos gêneros. O homem precisa saber fazer bem sua parte, a mulher decidir o que quer do homem. Uma coisa é certa: a concordância em número, gênero e grau não trará benefícios, mas fará da vida, ou da conquista, um marasmo tedioso para qualquer relacionamento; com amor ou não. A conquista, portanto, hoje é tão divertido como essencial; e os limites continuam definindo quem faz o papel de conquistante e quem é o conquistado.