sábado, 28 de janeiro de 2012

Eu e o amor


Passei por uma fase bem difícil nos útlimos.... hmmmmm... Cinco anos! É! Cinco anos vivendo uma agonia, uma tristeza e sem saber o que causava. Como qualquer ser humano que se encontra em estado de luto culpei outras pessoas. Não que elas não tivessem culpa, mas o meu maior erro foi culpá-las e pronto. Não parei para pensar no que eu estava "perdendo", no motivo do meu luto. Com o tempo percebi que não me sentia bem comigo mesma. Eu já não gostava muito de mim... Eu tinha me perdido. Eu já não sabia mais quem eu era, já não achava mais graça na minha risada nem no meu modo espalhafatoso de ser, eu tinha vergonha de quem eu sou. Cheguei a dizer mais de uma vez que o amor não era para mim...
Eu sou, parafraseando Rita Lee, "uma doce pimenta", doce mas ardida. Sou daqueles tipos de pessoa que quando uma alguém que eu amo* me ligam chorando eu corro pra casa dela ou a recebo na minha casa, consolo e tento dar o meu melhor, o que nem sempre é muito agradável, pois sou sincera. Mas verdade cada um tem a sua! Mordo e assopro! 
Enfim, estava eu nesse turbilhão de sentimentos, gostando cada vez menos de mim. Engordei. Perdi o interesse por muita coisa, me separei e me senti a verdadeira personificação do fracasso. Estava tão mal que qualquer elogio que eu recebesse me fazia chorar. Lágrimas de gratidão por alguém gostar de algo em mim, já que eu mesma não conseguia gostar de mais nada. Nesse interim comecie a tentar agradar aos outros, ansiosa por uma migalha de admiração... Esperava que as pessoas a minha volta me dessem o que eu havia perdido, que elas fizessem o que eu esperava que elas fizessem!
Mas Deus colocou em meu caminhos muitos anjos, que eu carinhosamente chamo de amigos. São pessoas com estilos e modos de pensar bem diversos, mas cada um, a seu modo, me ajudou a sair desse "quarto escuro" chamado depressão. Amigos são anjos, os verdadeiros amigos, aqueles que não medem as palavras para tentar te ajudar, por mais doída que seja a verdade. Assim sendo lhes sugiro que vocês os tratem como merecem, como anjos que, às vezes, precisam de anjos. Alguns desses anjos eu ainda falo todos os dias e vejo todos os fins de semana, outros eu converso pela internet e alguns deles eu já não converso mais. Um deles, Deus sentiu falta e o buscou para ficar ao lado Dele de novo. Outro eu afastei... Fui mais ardida do que doce com esse anjo... Mas tivemos momentos maravilhosos que eu jamais esquecerei!
Certo dia, em uma de nossas muitas conversas, ele me disse que sabia como eu me sentia, que já tinha passado por isso, que a fase mais doida já tinha passado e que em breve eu me sentiria bem novamente. Gostaria de poder dizer a ele que finalmente eu me encontrei! Mas não me parece mais possível isso...  Enfim! Precisei de muito tempo, dois namorados "nada a ver", magoar demais alguém que eu amo muito e uma viajem para descobrir que a única pessoa que vai passar o resto da minha vida comigo, a pessoa que eu tenho que amar antes de qualquer outra coisa ou pessoa e que eu tenho que agradar sou EU. Isso mesmo: EU. Nada narcisista, apenas um fato. Se eu não conseguir me amar como outras pessoas vão me amar? Como eu vou conseguir amar outras pessoas? Como vou dar o melhor de mim se eu não reconheço o que há de bom em mim? 
Então resolvi, depois de longos e arrastados 5 anos, ter uma intensa relação de amor comigo mesma! Resolvi me amar. E meu sorriso voltou a brilhar! E as pessoas notam! Passei a tratar melhor as pessoas, a sorrir mais para todos. Sou capaz novamente de assistir um filme sozinha em casa, na sexta-feira à noite e me divertir de verdade, com direito às minhas famosas gargalhadas. Sou feliz por ser quem eu sou, estar onde estou e com quem estou, seja uma amiga ou a minha gata. Não tenho mais a necessidade de passar horas em sites de relacionamento procurando companhia pois eu voltei a gostar da minha própria companhia. É ÓBVIO que não dispenso uma balada ou uma tarde com as "meninas"! Apenas decidi gostar de tudo o que a vida me oferece! Permiti a mim mesma ficar apaixonada pela minha vida e tudo o que vem com ela! Hoje aconteceu um fato interessante enquanto eu estava assistindo um filme: de repente apareceu um lindo homem, arquiteto dinamarquês! Se isso não for piada do destino não sei o que é! E se é piada eu só poderia rir! E eu rí muito!
Então aqui ficam as minhas dicas: 
NÃO IMPLORE AMOR pois esta é a forma mais humilhante de mendicância, conforme disse Carlos Drumond de Andrade. 
CURTA-SE, permita sentir-se apaixonado(a) por você mesmo. Descubra a pessoa maravilhosa que você é! Passe mais tempo descobrindo o que você gosta, o que te faz feliz.
Desenho de Jo Fevereiro
DIVIRTA-SE, não importa o lugar ou a companhia. Não tem dinheiro pra balada? Mas um radinho você tem?! Então ligue-o e dance até cansar!
SEJA VOCÊ e o mundo lhe sorrirá! Mas não vale fazer de conta que está feliz, faça as pazes com você, permita-se! 
E AME! Ame todos e tudo, ame muito, pois este é o sentimento mais divino que existe! Reconheça o ser humano existente em cada um, reconheça que cada um de nós é um ser único, com experiências diversas de vida, com mais ou menos sofrimento e em fases distintas da vida. Alguns de nós aprendem com os erros, outros não.
NÃO CARREGUE O FARDO DE NINGUÉM, ajude-os a resolver os problemas, esteja presente, seja um ombro amigo, acolha, mas não tente resolver o problema dos outros pois é esforço em vão, a única pessoa capaz de resolver os meus problemas, meus medos e angústias sou eu mesma. Eu só posso te ajudar a trilhar o caminho que você escolher.
Bjks,
Ne
*E são muitos amores: amigas, amigos, alunos, familiares (a família toda), meu filho, a lista é imensa e não cabe aqui!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Em todo erro há um acerto

Dia tranquilo, eu e Bia sem muito o que fazer, ou melhor, com muito para fazer mas sem vontade de fazer nada. Sentadas, olhando para o preto da TV desligada, resolvemos escrever. Falei da minha incrível sucessão de erros no caso "Missão Impossível" e ela me sai com essa: todo erro tem um acerto.
Mas, como saber se erramos mais do que acertamos antes de estar no fim?
Toda vez em que você erra, você aprende com a experiência vivida. Você aprende quando você visualiza seus atos e consegue perceber onde acertou e onde errou e o que fazer para não errar novamente. É preciso uma auto avaliação, coisa nada fácil. Os pensamentos devem estar pautados em atos, fatos e consequências e não sentimentos. Esfriar a cabeça antes de tomar uma atitude.
Ok... Eu não costumo fazer muito isso... Mas, confiem em mim, é melhor pensar antes de fazer. Pensar com tranquilidade e racionalidade. Razão acima da emoção nesta situação de erros e acertos.
Errar é bom, nos ensina, quando estamos dispostos a aprender. Eu estou na minha terceira ou quarta chance e cometi os mesmos erros. Não da mesma maneira, mas na essência. É preciso estar aberto, aprender tudo, o quanto vamos aprender é importante. Mas nunca será na primeira vez que vamos acertar. Às vezes precisamos do mesmo erro em situações diferentes para que possamos assimilar a melhor conduta, pois nem sempre estamos prontos na primeira ou segunda chance.
Enfim, vivendo e aprendendo.
Beijos
Ne e Bia

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Cupido de casa não faz milagres


É tão difícil dar certo. Mas vamos tentar, não é mesmo? Ontem mesmo tive a experiência do improvável. Longe de mim a história, mas acabei participando; sem querer. Então estava lá o meu amigo, olhando para o nada; para a noite. Dizem que ele é aluado, mas eu não acredito. Ele estava sem rumo, sem vontade; sem desejos. Eu disse que a pior coisa na vida de um homem era ficar sem qualquer desejo. Ele sorriu, fingiu que não era com ele. Amigo, vou dizer uma coisa, ou você casa ou sua vida vai virar um inferno. E dizem tão mal sobre o casamento, pensei que fosse o contrário: inferno é casar.

Não, não pense assim; meu amigo. Requer prática, habilidade e uma dose de paciência. A medida depende de cada casal: alguns dizem que a paciência é a única solução para o casamento. Eu perguntei para ele, enquanto ele olhava para o teto: Você é um sujeito paciente? É que eu tenho uma amiga, que está devidamente solteira; que se interessou por você. Mas sabe como é? Ela não tem paciência com pessoas sem paciência. Então ele riu e continuou olhando para o teto. Paciência? Perdeu quando sai do ventre.

Não ia dar certo.

Mas eu sou astuto, quase cupido. Não dei o menor valor para a impaciência dele. Eu tinha esperança em sua melhora. Fui até a garota, que também olhava para o teto. Uma coisa boa em comum já é um começo daqueles. Falei novamente aquele embaraçoso negócio de paciência e coisa e tal. Pasmem! Ela também não tinha nenhuma paciência. Mas não me preocupei com isso, tudo estava devidamente ajustado. Meu amigo ficando com minha amiga, fim da solidão de ambos; que me incomodavam nas noites quentes de verão e nos domingos entediados de inverno.

Os olhares se encontraram, amor sempre é assim. Dane-se a paciência. Dane-se qualquer habilidade nos relacionamentos afetivos. Ele parou de olhar para o teto, ela também. Conversaram por intermináveis duas horas. A festa se esvaziando. Não quero mais beber, nem comer; nem dançar. Quero logo saber se posso ir para minha casa. Quem me dera ter um amigo agora, que mentisse coisas sobre mim. Meus amigos já se foram. As amigas me conhecem bem: elas não querer se apaixonar por mim. Terrível casar comigo, tenho certeza.

Os dois conversando. Papo longe de acabar um dia. Papo e mais papo. Começa o namoro. Já dizem que sou padrinho de casamento. Padrinho da relação. Quanta honra. E namoro vai e vem o noivado. E com o noivado mais esperanças. E com esperanças os filhos. Casamento marcado. E longos anos. Bodas? Sim. Bodas. Eu ali, sempre presente; sempre disposto; sempre aparando as longas discussões sem paciência. Sou um pouco culpado, verdade. Mas que honra ver os filhos, ver os netos e assim por diante.

Hoje sou eu quem olha para o teto, impacientemente.

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