Estar desempregado, por vezes, é uma experiência única. Saber que a programação da TV, no horário da manhã, continua a mesma porcaria, descobrir que seu vizinho consegue fazer mais barulho que o cara que fica no balcão enchendo o saco de todo mundo. Agora, o problema é quando sua mulher percebe que você está ali, sem muito o que fazer, sem poder reclamar de um dia cansativo, pois até ali não fiz nada e, numa única frase fulminante, diz: " Vamos dar uma chegada na 25??". Não há como negar um pedido feito de forma tão doce, mesmo porque, negar esse pedido pode ter consequências muito graves no futuro. Da aventura de achar um local para estacionar, que não precise deixar o carro como pagamento, de tão caro, até conseguir acompanhar minha mulher no meio de tanta gente ( as vezes tenho a impressão que ela, antes de ir até lá, ensaia com todos para que eles não se esbarrem e eu, claro, não participei desse ensaio ), onde um te oferece um relógio, outro passa um aparelho de massagem nas costas das meninas, sem saber que, por total carência, são os rapazes que gostam disso e, o grande clímax, um rapaz oferecendo a camisa do Sheik, "o viadinho do corinthians", detalhe, deiz real. Já havia muito tempo que não passava por essa experiência e, a cada saída, fico me perguntando como ela consegue entrar em cada loja, olhar tudo, perguntar por algumas coisas e, no final, não levar nada. Enfim, o ócio de não trabalhar é muito chato, mas passar alguns momentos com minha mulher, num mundo que é dela, e senti-la feliz por isso, não tem preço.Depois de muitas indas e vindas, encontros e desencontros duas amigas de longa data decidiram auxiliar aos que se encontram perdidos, apaixonados, desiludidos. E agora somos três!!! Ops! Quatro amigos! É!!! Tem um homem na área, para nos nortear um pouquinho! ADORO!!!
sexta-feira, 23 de agosto de 2013
Quando a gente não pode dizer não- Por Fernando Esteves
Estar desempregado, por vezes, é uma experiência única. Saber que a programação da TV, no horário da manhã, continua a mesma porcaria, descobrir que seu vizinho consegue fazer mais barulho que o cara que fica no balcão enchendo o saco de todo mundo. Agora, o problema é quando sua mulher percebe que você está ali, sem muito o que fazer, sem poder reclamar de um dia cansativo, pois até ali não fiz nada e, numa única frase fulminante, diz: " Vamos dar uma chegada na 25??". Não há como negar um pedido feito de forma tão doce, mesmo porque, negar esse pedido pode ter consequências muito graves no futuro. Da aventura de achar um local para estacionar, que não precise deixar o carro como pagamento, de tão caro, até conseguir acompanhar minha mulher no meio de tanta gente ( as vezes tenho a impressão que ela, antes de ir até lá, ensaia com todos para que eles não se esbarrem e eu, claro, não participei desse ensaio ), onde um te oferece um relógio, outro passa um aparelho de massagem nas costas das meninas, sem saber que, por total carência, são os rapazes que gostam disso e, o grande clímax, um rapaz oferecendo a camisa do Sheik, "o viadinho do corinthians", detalhe, deiz real. Já havia muito tempo que não passava por essa experiência e, a cada saída, fico me perguntando como ela consegue entrar em cada loja, olhar tudo, perguntar por algumas coisas e, no final, não levar nada. Enfim, o ócio de não trabalhar é muito chato, mas passar alguns momentos com minha mulher, num mundo que é dela, e senti-la feliz por isso, não tem preço.segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Saudade, saúde e outras reclamações.
Hoje é dia de festa. Mas, bem, estou
sozinho. Sentado, vendo a televisão. Eu me levanto, às vezes, para caminhar
pela sala. Não há programação para os solitários, apenas falatório. Novela,
telejornal e jogo de futebol. Não preciso prestar atenção em nada, não me dizem
nada. Não preciso de dinheiro, nem de conselhos; mas preciso de você, um pouco.
Preciso nem que seja uma ligação, um comentário qualquer; um recado. Hoje é dia
de festa, seria dia de festa se não estivesse faltando tantas coisas. Senão é
tédio. E eu, que gosto de você, ainda; o que direi aos meus dias daqui para
frente?
O meu futuro repleto, os meus dias cheios e
minha paciência embora.
Tenho algumas reclamações piores sobre a
vida, mas hoje prefiro me manter tão sereno quanto inaudível. Sabe? Resmungando para mim, bem baixo e indecifrável
som. Mulheres odeiam homens reclamando, vice-versa. Mas nós suportamos melhor
uma mulher reclamando. Amamos mesmo assim. E eu, que tão diferente de mim mesmo
nos últimos anos, talvez, por relapso; não tenha conseguido te agradar. Por que
foge? Ora. Não preciso de resposta, mas preciso de solução. Eu sei, vai chegar
uma pessoa, daqui a pouco, vai bater na porta; mas não é a pessoa que eu amo.
Amor é complicado. Mulheres odeiam homens que reclamam do amor. Homem que ama
muito é homem com problema sério. Mas, diferente do que possam querer, ou
imaginar; já me adianto: não amo. Eu apenas amo amar; amo sofrer quando posso;
amo a saudade de um grande e injustificável amor. Amo ter saúde para reclamar
do amor. Amo suas reclamações.
Coisa minha, não serve para o gênero.
Mas, de repente, a porta abre. E aquela
pessoa que eu não amo, ou que penso não amar; vai ser o amor da minha vida.
Daqui e em poucos instantes. Até a hora que não for mais. Amor instantâneo e
prático. Até a hora que sair pela porta dizendo que nunca mais vai voltar. Não
vá embora! Penso com sofreguidão, penso na solidão; penso na festa. Eu me
adiantando a tudo que pode acontecer. E quando for embora, vou sentir a mesma
saudade; o mesmo amor; e dar a mesma explicação absurda para meus sentimentos.
Amo no sentido completo, mítico. Amo não uma pessoa, uma mulher de cabelos
longos ou curtos; amo as mulheres, em geral. Todas. Que
me deixaram ou não. Amo as mulheres como agora te amo, creia em minhas
palavras.
Ela joga o presente no chão. Não que tenha
sido caro, mas no momento foi um desperdício. Mulheres não adoram presentes, elas adoram a
situação em que estão recebendo o presente. Mulheres são menos materialistas do
que podemos imaginar. Mulher ama o dinheiro quando traz o sossego, a explicação
para a vida e o conforto. Mas não ama alguém por dinheiro, ama por conforto e
segurança. Não estou falando de todas as mulheres, mas aquelas com quem me
relacionei. Bobagem. É uma tremenda bobagem pensar que as mulheres só pensam no
dinheiro. Ela pega o presente no chão, arrependida. Eu seguro seus braços: “Vamos
assistir a um filme? Comer alguma coisa? Você está nervosa. Não acredite em
tudo que dizem sobre mim”.
Eu sei que ela vai embora daqui a pouco.
Hoje seria nossa festa. Dois se abraçando,
se beijando com a música. Não é preciso muito para qualquer diversão. Quando há
amor, a festa é imune ao marasmo, ao silêncio e a embriagues. Nós bebemos mais
do que podíamos, e eu sei que ela vai embora. Festa: eu me sinto bem sozinho,
essa televisão ligada; o amor incondicional. Amo todas as mulheres, mas o amor
de apenas uma: aquela que está comigo. É preciso ser tão ilógico quando se fala
sobre o amor? Menti em alguns momentos, mas não podia ter mentido agora: hoje
era dia de festa. Acabou sendo uma briga. Idiota, sem sentido. Imperdível,
dizem os vizinhos.
Não estarei mais quando a campainha tocar
por duas ou três vezes.
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